Classe
Scaphopoda
SCAPHOPODA
(do grego skaphe,
pá + pous,
podos, pé
– em referência
ao pé, que
o molusco utiliza
para escavar e se
enterrar no substrato).
É
a menor classe dentre
os moluscos com
algo em torno de
550 espécies
em todo o mundo.
No Brasil são
conhecidas aproximadamente
30 espécies.
Os escafópodes
são moluscos
marinhos caracterizados
por possuirem uma
concha tubular e
aberta nas duas
extremidades. Em
muitas espécies,
como por exemplo
nos Dentaliidae,
as conchas são
cônicas, muito
alongadas e levemente
recurvadas, semelhantes
a diminutas presas
de elefantes: daí
a denominação
inglesa “tusk-shells”.
As partes moles
ficam confinadas
no interior da concha.
O comprimento da
concha varia de
3 a cerca de 150
mm. As conchas de
muitas espécies
são transparentes
ou brancas, mas
existem espécies
com conchas esverdeadas,
amareladas, castanhas,
róseas ou
avermelhadas. Podem
ser lisas, reticuladas,
ou com estrias ou
carenas longitudinais
ou transversais.
A posição
filogenética
do grupo é
bastante controversa.
Por exemplo, Brusca
& Brusca (2003)
e Simone (2009)
consideram os bivalves
mais relacionados
filogeneticamente
com os escafópodes
do que com os demais
moluscos. Já
Giribet et al. (2006),
com base exclusivamente
em dados moleculares,
considera os escafápodes
mais relacionados
com os solenogastres
(moluscos desprovidos
de conchas) e com
os cefalópodes.
Os escafópodes
são bentônicos
e vivem com a extremidade
mais larga da concha,
onde se situam o
pé e a cabeça
rudimentar, enterrada
no sedimento, enquanto
que a porção
mais afilada da
concha se projeta
para fora do substrato.
Os escafópodes
utilizam o pé,
desprovido de olhos,
cilíndrico
e ponteagudo, para
escavar. A cabeça
possui projeções
em forma de tentáculos
retráteis,
denominados captáculos.
Os captáculos
são ciliados
e atuam como orgão
tácteis e
adesivos para apreensão
do alimento, o qual
pode ser constituído
de detritos existentes
no sedimento ou
de pequenos organismos,
como foraminíferos
ou pequenos bivalves.
Possuem rádula
bem desenvolvida,
responsável
por moer o alimento
capturado. Pelo
orifício
da porção
afilada da concha,
circulam as correntes
de água responsáveis
pela respiração
e pela eliminação
de resíduos
do metabolismo.
Os adultos possuem
sexos separados.
As fêmeas
liberam os ovos
um por vez. O desenvolvimento
é semelhante
ao de vários
outros moluscos.
Do ovo eclode uma
larva trocófora,
que se transforma
em um véliger.
Após algum
tempo nadando no
plâncton,
o véliger
se dirige ao fundo,
onde se transforma
no adulto. Os adultos
podem ser encontrados
em fundos inconsolidados,
lodo e areia, desde
regiões de
águas rasas
até 4.755m
de profundidade.
Segundo Brusca &
Brusca (2003), existem
cerca de 900 espécies
descritas de escafópodes.
De acordo com o
“site”
Malacolog, 101 espécies
de Scaphopoda estão
registradas para
o Atlântico
Oeste. Rios (1994)
relacionou 30 espécies
para o Brasil. Caetano
& Absalão
(2005) descreveram
uma espécie
nova de Polyschides,
e Caetano et.al.
(2006) descreveram
mais duas espécies
novas de Cadulus,
registraram quatro
novas ocorrências
de espécies
de escafópodes
para o litoral brasileiro,
e propuseram três
novas combinações
genéricas
para espécies
já conhecidas
do Brasil. Caetanoe&
Scarabino (in Rios,
2009) registram
34 espécies
para o litoral brasileiro.
- Morfologia
da concha
- Morfologia
do animal
- Ecologia
Referências:
- Brusca,
R.C. & G.J.
Brusca. 2003.
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2nd edition.Sinauer
Associates, Inc.,
Publishers, Sunderland.
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-
Caetano, C.H.S.
& R.S. Absalão.
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1898 (Mollusca,
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from Brazilian
waters. Zootaxa
871: 1-10.
-
Caetano, C.H.S.;
V. Scarabino
& R.S. Absalão.
2006. Scaphopoda
(Mollusca) from
the Brazilian
continental shelf
and upper slope
(13o to 21oS)
with descriptions
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of the genus
Cadulus Philippi.
Zootaxa 1267:
1-47.
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Caetano, C.H.S.
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Class Scaphopoda
Bronn, 1862.,
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Giribet, G.;
A. Okusu; A.R.
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2006. Evidence
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-
Rios, E. 1994.
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Brazil, 2nd edition.
Fundação
da Universidade
do Rio Grande,
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RS. viii + 668
p.
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Simone, L.R.T.
2009. Comparative
morphology among
representatives
of main taxa
of Scaphopoda
and basal protobranch
Bivalvia (Mollusca).
Papéis
Avulsos de Zoologia
49(32): 405-457.
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