Classe
Polyplacophora:
A
Classe Polyplacophora,
também popularmente
chamada “Chiton”
representa moluscos
achatados dorso-ventralmente
com oito valvas
articuladas dorsalmente
formando uma concha;
um cinturão
(podendo ser referido
eventualmente como
perinoto) pode variar
de estreito a largo,
podendo estar esculturado
por diferentes estruturas
(região dorsal,
borda e ventral)
desde espículas
com ou sem articulação
a escamas lisas
ou fissuradas e
filamentos branquiais
localizados na cavidade
do manto, podendo
ocupar de ¼
a ¾ da cavidade
do manto que está
recoberta pelo pé.
A classificação
desses organismos
ainda é muito
confusa, sendo que
é baseada
na morfologia (valvas
(exposição
e escultura), cinturão
(de acordo com sua
largura), filamentos
branquiais e mais
recentemente pelas
estruturas encontradas
no ovo). Suas valvas
podem ser classificadas
de três tipos
distintos: valva
I (cefálica),
valvas II a VII
(medianas ou intermediarias)
e valva VIII (anal);
as brânquias
podem classificar
o organismo como
holobrânquial
(filamentos brânquias
ocupando ate ¾
da cavidade do manto
ou merobrânquial
(filamentos branquiais
ocupando ¼
da cavidade do manto).
Análise
morfológica
da Classe Polyplacophora
O
cinturão
pode ser ornamentado
dorsalmente por
espículas
hialinas (articuladas
como o gênero
Chaetopleura
ou não articuladas
como o genero Hanleya),
estruturas semelhantes
a bastões
(lisos – Leptochiton
ou sulcados –
Acanthopleura),
escamas (lisas –
Chiton
e fissurados –
Ischnochiton).
As valvas nestes
representantes dos
moluscos são
sem duvida, as informações
morfológicas
mais representativas
para a classificação
do grupo, a primeira
característica
observada é
a exposição
da valva no cinturão,
onde, pode estar
na sua maioria exposta
como em Leptochiton
pode estar parcialmente
exposta como em
katharina
ou totalmente recoberta
como em Cryptochiton.
A valva cefálica
(Valva I) pode apresentar
forma semi-elíptica
como no gênero
Mopalia
e elíptica
como no gênero
Leptochiton,
dentes de inserção
(ou pranchas de
inserção)
podem ser contínuos
como o gênero
Hanleya
ou separados em
dentículos
menores como Chaetopleura.
Ainda abordando
os dentes de inserção
eles podem ser sulcados
longitudinalmente
como Ischnoplax
ou lisos como Chaetopleura.
As valvas intermediarias
são as estruturas
com mais modificações
encontradas. A relação
da escultura geralmente
é muito difícil
se concluir um padrão,
devido ao fato que
a escultura presente,
não segue
o mesmo padrão
por toda a valva,
por exemplo: a escultura
na área central
em grande parte
dos casos não
é a mesma
da área lateral
(como é o
caso de Chaetopleura
angulata),
que por sua vez,
em algumas espécies,
segue o padrão
da valva por inteiro
(como é o
caso de Leptochiton
darioi). O
ápice pode
ser bem definido
como em Ischnochiton
striolatus,
pouco definido como
em Calloplax
janeirensis
ou inconspícuo
como Leptochiton
darioi. Usando
como forma de comparação
à linha lateral
(linha que divide
a área central
= área pleural
+ área jugal)
pode observar que
pode esta visível
como em Ischnoplax
incurvata ou
pouco visível
como em Leptochiton
asellus. A
área lateral
pode estar elevada
como é o
caso de Ischnoplax
pectinata ou
não como
é o caso
do gênero
Halneya.
As áreas
jugal e pleural
só se modificam
de acordo com a
escultura. Apófise
(ou lamina sutural)
é uma estrutura
característica
das valvas intermediarias
e anal, sendo esta,
importante na sua
forma como sendo
mais alargada como
é o caso
do gênero
Acanthopleura
ou então
mais comprida, como
é o caso
do gênero
Acanthochitona.
A valva anal apresenta
uma dilatação
denominada mucro,
de acordo com a
posição
dessa estrutura,
podemos chegar ao
nível de
grandes grupos,
como é o
caso do gênero
chiton que na sua
maioria apresenta
mucro elevado, o
gênero Ischnochiton
apresenta mucro
mediano e o gênero
Pilsbryellla.
Dados
Ecológicos
sobre a Classe Polyplacophora
Hábito
alimentar micrófago
(raspadora de rochas)
na sua maioria,
os chitons se alimentam
do que estiver incrustado
em substrato consolidado,
mas alguns poucos
exemplares da classe,
apresentam hábito
alimentar predador.
Encontrado na sua
maioria em rochas
(face oculta de
seixos no substrato),
como também
em fendas de rochas,
em algas, esponjas
e conchas, mas,
algumas poucas espécies,
podem ser observadas
em fundos de areia
lodosa. Podem ser
encontrados dos
0 aos 1000m de profundidades.
A reprodução
na sua maioria é
externa (liberação
dos gametas no meio),
podendo apresentar
cuidado parental
(manutenção
dos ovos na cavidade
do manto). Após
a fecundação,
a larva apresenta
um estágio
planctônico
(superfície
da água)
e depois, com a
modificação
da larva em um novo
indivíduo,
a larva cai pra
região bentônica
(fundo do oceano).
Poucas espécies
entre os chitons
podem apresentar
simbiose, entre
estes, Cryptochiton
stelleri o
maior representante
na classe até
o momento, pode
apresentar entre
os filamentos branquiais
uma espécie
de carangueijo (carangueijo
ervilha Opisthomus
transverse)
e um poliqueta (Acholoe
vittata).
Curiosidades
sobre a classe Polyplacophora
Entre
as principais curiosidades
do grupo podemos
citar sua importância
como base alimentar
para alguns nativos
de determinadas
regiões,
como é o
caso de Acanthopleura
granulata que
já foi observada
sendo comida pelos
nativos de Bermudas
e Antilhas e Cryptochiton
stelleri e
Katharina tunicata
que servem como
base de alimento
aos nativos do Alasca.
por
Jaime Jardim
Museu
de Zoologia - USP
|