Argonautidae
Características
gerais: Os Argonautidae é
um grupo único de polvos pelágicos
que vivem em águas tropicais e temperadas.
Estes animais são conhecidos por ter
uma concha bastante fina e branca produzida
apenas pelas fêmeas. O primeiro par
de braços é modificado ( similar
a bandeiras), usado para a produção
da concha e para segurá-la. Os machos
são anões quando comparados
à fêmea, seu tamanho chega a
10% do tamanho das fêmeas e não
possuem concha. Os seus olhos são bem
desenvolvidos e grandes. Ainda hoje, pouco
se sabe sobre a vida destes animais.
Em 1825 Delle
Chiaje descobriu um pequeno corpo preso à
fêmea do Argonauta e concluiu
que era um parasita. Em 1829, Cuvier estudando
mais espécimes concluiu que estes "parasitas"
pertenciam a um novo gênero o qual denominou
Hectocotylus, que significa verme de
100 ventosas, já que lembrava o braço
de um cefalópode. Foi apenas entre
os anos de 1845 e 1846 que Kölliker descobriu
que a pele deste "verme" possuía
cromatóforos e que as ventosas eram
muito parecidas às da fêmea de
Argonauta. Em uma pequena cavidade
também encontrou células de
esperma iguais às de um cefalópode.
Concluiu então que o "verme"
era um macho de Argonauta que havia
entrado na fêmea para fertilizar seus
ovos. Publicou então em 1849 a descrição
do macho incluindo os órgãos
digestivos, sistema circulatório e
respiratório! O verdadeiro macho de
Argonauta foi apenas descrito por Müller
(1853), e Kölliker admitiu seu erro.
O nome Hectocotylus é hoje aplicado
para descrever o braço modificado para
transferência de espermatozóides
na maior parte dos cefalópodes.
Características
da concha:
Sua concha de
estrutura calcária, que é fina
e comprimida lateralmente, podendo ter uma
dobra para fora que forma uma 'orelha’.
A concha pode alcançar até 30
cm (Nesis, 1982). A concha dos Argonautas
não tem a mesma origem que a concha
dos outros moluscos, seria uma inovação
evolucionária. A verdadeira concha
dos cefalópodes são as conchas
dos Nautilus (Naef, 1921-23). |
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Meio
ambiente/Ecologia:
Os Argonautas
são pelágicos e, vivem nos oceanos
e mares tropical e subtropical. São
encontrados às vezes em grandes grupos,
mas são raramente encontrados perto
da costa. No oceano aberto são encontrados
geralmente unidos às medusas (David,
1965). Em determinadas épocas do ano,
uma grande quantidade de conchas limpas pode
ser encontrada no fundo, como na região
da Laje-de-Santos, SP.
Esta associação
incomum entre o Argonauta fêmea
e a medusa é conhecida há muito
tempo (Kramp, 1956; David, 1965), que não
era investigada antes do trabalho de Heeger
et al. 1992. Os últimos autores descrevem
um Argonauta montado na superfície
aboral de uma medusa, se utilizando da natação
da medusa e se prende com seus braços
laterais e ventral. Em cima de estudos realizados
das medusas que se encontraram, sobre a metade
de sua superfície aboral foi danificado
e, faltavam grandes partes da mesogléia.
Marcas da mordida foram encontrados aparentemente
no centro desta área (dois furos) e
canais conduzidos destes furos na cavidade
gastral das medusas. Presumiram que o Argonauta
usou estes canais para sugar partículas
(alimento) da cavidade gastral. Sugerem também
que a associação fornece o abrigo
ou camuflagem para a fêmea de Argonauta.
Os machos foram relatados vivendo dentro das
salpas (Banas, et al., 1982).
Reprodução:
O braço
hectocotilizado dos Argonautas é o
terceiro braço direito e possui um
saco especial, que quando há um acoplamento
com o hectocótilo, que carrega uma
grande quantidade de espermatóforos,
se rompe para fora do corpo do macho. Seu
meio de reprodução também
é bastante peculiar. O macho é
livre, e quando encontra a fêmea invade,
ou deposita o hectocótilo dentro da
cavidade do manto da fêmea. Onde permanece
viável e ativo por algum tempo. Os
machos podem morrer em seguida, pois em algumas
fêmeas foram encontrados mais de cinco
braços hectocotilizados presos. As
fêmeas usam esses braços hectocotilizados
para fertilizar seus ovos. Os ovos que são
armazenados dentro da concha até a
sua eclosão.
Alimentação:
se alimentam
de cardumes de peixes ou de Krill e até
de Cavolinia, capturados por seus tentáculos.
Alimentam-se principalmente durante o dia.
Gêneros
no Brasil:
Argonauta |
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